terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Nossos Anseios * Mário Quintana - RS

*Nossos Anseios*
Nossos Anseios
As pessoas não estão neste mundo
para satisfazer as nossas expectativas,
assim como não estamos aqui
para satisfazer as delas.

Temos que nos bastar...
nos bastar sempre
e quando procuramos estar com alguém
temos que nos conscientizar
de que estamos juntos por gostamos
porque queremos e nos sentimos bem,
nunca por precisar de alguém.

As pessoas não precisam
elas se completam...
não por serem metades
mas por serem inteiras
dispostas a dividir objetivos 
comuns, alegria e vida.

Mário Quintana - RS
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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

domingo, 23 de agosto de 2015

Soneto - Gregório De Matos Guerra * Antonio Cabral Filho - RJ

Gregório De Matos Guerra - Ba
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Gregório De Matos Guerra / Jornal De Poesia
http://www.jornaldepoesia.jor.br/grego.html 
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Ao Casamento De Pedro Álvares Da Neiva

SONETO

Sete anos a nobreza da Bahia
servia a uma pastora Indiana bela,
porém servia a Índia e não a ela,
que à Índia só por prêmio pretendia.

Mil dias na esperança de um só dia
passava, contentando-se com vê-la,
mas frei Tomás usando de cautela,
deu-lhe o vilão, quitou-lhe a fidalguia.

Vendo o Brasil, que por tão sujos modos
se lhe usurpara a sua Dona Elvira,
quase a golpes de um maço e de uma goiva:

logo se arrependeram de amar todos,
e qualquer mais amara, se não vira
para tão limpo amor tão suja noiva.
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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Amor E Tempo * Padre Antonio Vieira


AMOR E TEMPO

Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a coração de cera !!

São as afeições como as vidas, que não há mais certo  sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, são como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que quanto mais continuadas, tanto menos unidas. 
Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que á não atira, embota-lhe as setas, com que já não fere, abre-lhe os olhos, com que vê o que não via, e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge; a razão natural de toda essa diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe os gostos e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor?! O mesmo amar é causa de não amar e o ter amado e o ter amado muito, de amar menos.
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